O terrorismo em torno do IMAGINÁRIO na psicanálise lacaniana - e a problemática em torno das questões raciais e de gênero.
- Laura Miranda M Ramalho
- 3 de abr.
- 2 min de leitura
É comum pessoas que procuram o espaço da supervisão com medo: medo de errar , medo de ter errado… e isso comumente passa pelo receio do próprio trabalho ir na direção de uma construção imaginária do caso.
É certo que um encaminhamento que fortalece o ego nas neuroses, vai na direção contrária daquilo que Lacan propôs. — Ao mesmo tempo, real e simbólico se apresentam na condição de produzirem uma IMAGEM, como não incluí-la no processo? Lacan sempre falou “dos seus 3” sempre juntos. A questão talvez seja não considerar o imaginário como linha de chegada, e sim, de partida (que também precisa ser construída):

Essa imagem é a abreviação de todo processo simbólico. Logo, é A PARTIR da imagem, é COM a imagem que começamos a trabalhar, para construir seus caminhos - em termos de articulação significante, atentando aos pormenores desse processo, pra demarcar sua falência.
A imagem é como se fosse o resultado final, a colagem, que impede considerar o equívoco. Ela resume! Mas só a acessamos quando construímos sua matriz simbólica num processo de análise. O saber não sabido é posto em jogo aí: quais os elementos que operam concatenados produzindo sentidos que fazem sofrer? E não é essa a condição de uma análise? um saber não sabido? como isso se constituiu?
Isso pra podermos nos perguntar: há algo nesse processo que poderia ser diferente do que parece ter sido? - aqui sim há uma aposta no significante:
Tua mãe pede alguém que some, e você decide ir embora quando poderia ter somado.
Percebem? a imagem precisa aparecer pra desdobrar sua construção e pensar nos pormenores dessa combinatória. Que elemento incide ali e que poderia produzir uma diferença? aí há sujeito! aí há significante.
O que nem sempre é possível, porque, como diz Adélia Prado: as vezes uma pedra é só uma pedra mesmo. (embora nem sempre a mesma pedra, rs)
Se esse assunto te interessa, e você almeja um espaço seguro pra falar dessas questões, principalmente quando trabalhamos assuntos de raça, classe e gênero (comumente lidos como “questões imaginárias” pelo campo hegemônico), espero você no grupo LACUNAS! - um grupo de discussão de casos + estudos teóricos que acontece semanalmente desde 2021 - iniciaremos os trabalhos dia 25/04 , com horários de manhã, de tarde e de noite.

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